Nos dias de hoje, é impossível não ser bombardeada por informações sobre saúde e bem-estar: “Os ovos são bons para a saúde, ricos em proteína.” Depois, aparece outro artigo que diz o oposto: “Evite ovos, eles são prejudiciais para os níveis de colestrol.” Ou então, alguém te diz que a meditação é a chave para aliviar o stress, enquanto outro estudo sugere que a meditação pode criar frustração e alheamento da realidade. Uns dizem que precisamos de 2L de água, outros que temos de calcular a quantidade consoante o nosso peso. Enfim…
A verdade é que, cada vez mais, nos vemos na encruzilhada de decisões sobre o que é melhor para o nosso corpo. O que funcionou para a tua amiga, não funcionou para ti. O que é considerado saudável hoje, pode ser desaconselhado amanhã. Este cenário deixa muitas de nós confusas e, em alguns casos, até paralisadas, sem saber o que realmente fazer.
Mas o que está por trás dessa confusão toda? Será que é possível encontrar um caminho claro e único para a saúde e o bem-estar?
A resposta está na bio-individualidade. Este conceito defende que cada ser humano é único, com necessidades, preferências e respostas biológicas diferentes. Ou seja, o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra, e isso deve ser levado em consideração na hora de tomar decisões sobre a nossa saúde.
Vejamos alguns exemplos.
Existem tantas abordagens ao exercício físico. Alguns defendem os treinos de alta intensidade, enquanto outros sugerem atividades mais suaves, como o yoga ou caminhadas. Para quem tem problemas nas articulações, um treino de alta intensidade pode causar mais lesões do que benefícios. Para quem procura aumentar a energia e a força muscular, esse treino pode ser ideal.
Algumas pessoas juram que o café é essencial para começar o dia, ajudando a aumentar a concentração e a energia. Porém, para outras, o café pode gerar ansiedade, insónia ou até problemas digestivos.
Para algumas pessoas, a meditação diária pode ser uma verdadeira ferramenta de gestão do stress e equilíbrio emocional. Porém, outras podem não achar a meditação eficaz ou, até mesmo, pode gerar frustração. Existem pessoas que preferem práticas mais dinâmicas, como o exercício físico ou até mesmo passar um tempo com a natureza, para aliviar o stress.
O mundo da alimentação também é um exemplo clássico da bio-individualidade. Algumas pessoas sentem-se ótimas seguindo uma dieta que inclui carne, enquanto outras se sentem melhor com uma dieta vegetariana. Não há uma dieta “certa” para todos, mas sim aquela que se adapta melhor ao teu corpo e às tuas necessidades nutricionais.
Dito isto, se te sentes perdida com tanta informação contraditória, não estás sozinha. A verdade é que a maior parte dos estudos científicos quer encontrar um resultado que seja a verdade absoluta. Mas isso simplesmente não é possível quando estamos a falar do organismo humano. O segredo está em entender que a tua jornada de saúde é pessoal e que é necessário ouvir o teu corpo. Aqui ficam algumas dicas para te ajudar a navegar este mar de informações:
- Escuta o Teu Corpo: Quando tentas algo novo, observa como o teu corpo reage. Sentiste mais energia? Melhor digestão? Ou, pelo contrário, desconforto? Isso já é um sinal de como o teu corpo lida com determinado alimento ou prática.
- Experimenta: Não te limites a seguir tendências ou o que dizem estudos gerais. Experimenta! Testa se a meditação realmente te ajuda ou se preferes outro tipo de prática para aliviar o stress. Tenta diferentes alimentos e vê o que te faz sentir melhor.
- Procura o Equilíbrio: A saúde não é sobre seguir regras rígidas, mas sobre equilíbrio. Às vezes, os estudos podem ser úteis, mas o importante é que tu sintas que o que estás a fazer te faz bem.
A chave é entender que a verdadeira saúde não é sobre seguir um guia universal. Em vez disso, é sobre entender as necessidades do teu corpo e da tua mente.
Por isso, da próxima vez que te deparares com recomendações contraditórias, lembra-te que não há uma abordagem “única” para todos. O melhor é experimentar, prestar atenção ao que o teu corpo te diz e adaptar a tua jornada de bem-estar à tua própria individualidade.