Vejo muita gente a ser negativa perante pessoas que cuidam do seu corpo. Esta escolha, em vez de ser vista como um presente, um ato de amor-próprio, muitas vezes é encarado como um sacrifício. A ideia de que fazer um detox, marcar check ups médicos regulares, ir ao ginásio, acordar cedo ou seguir uma alimentação mais equilibrada é uma forma de viver em restrição e perder a “diversão” na vida, está profundamente enraizada na nossa sociedade.
Mas, e se cuidar do nosso corpo for, na verdade, a chave para aproveita ainda mais a vida? E se virmos estas ações não como castigos, mas como gestos de carinho e respeito por nós mesmas?
A palavra “restrição” é frequentemente associada a sentimentos negativos, de perda, privação e sofrimento. Muitas vezes, associamos um estilo de vida mais saudável a abrir mão de coisas que amamos – seja o chocolate, uma noite com amigos ou o descanso merecido. A ideia de acordar cedo para cuidar de nós, seguir um plano alimentar mais rigoroso ou cortar alimentos processados pode parecer uma tortura.
Mas o que muitas pessoas não compreendem é que estes não são castigos: são escolhas. Escolhas que, ao longo do tempo, nos ajudam a construir uma vida mais equilibrada e saudável. Quando vemos o cuidado com o corpo como um presente, a nossa perceção muda, e o que antes parecia restrição, passa a ser libertador.
Cuidar de nós mesmas não significa abrir mão do prazer da vida. Significa, sim, escolher viver de forma mais plena e consciente. Quando nos cuidamos, temos mais energia, mais disposição, mais clareza mental e uma sensação geral de bem-estar que nos permite aproveitar ainda mais os momentos de prazer. É quando começamos a cuidar de nós que, realmente, nos permitimos viver a vida na sua plenitude.
Ao fazermos escolhas conscientes estamos a cuidar da nossa saúde física, mental e emocional também. Não é uma “restrição”, mas uma forma de nos libertarmos dos padrões de vida que, muitas vezes, nos escravizam: stress, ansiedade, fadiga e doenças preveníveis.
Cuidar do corpo é um dos maiores gestos de amor-próprio que podemos ter. Não se trata de fazer algo porque “temos” de fazer, mas sim porque “queremos” fazer. O nosso corpo é o único lugar onde vivemos toda a vida, e merece ser tratado com carinho, paciência e respeito.
Começa a olhar para todos este cuidados como momentos de autocompaixão. Cada treino é uma celebração do que o teu corpo é capaz de fazer. Cada refeição saudável é um ato de respeito pela tua saúde. Ao acordar cedo para uma manhã de meditação ou de exercício, estás a preparar o teu corpo para um dia de mais energia e equilíbrio.
Cuidar de nós mesmas não deve ser visto como uma prisão ou uma privação, mas como uma forma de liberdade. Liberdade para viver a vida com mais energia, saúde e alegria. Ao fazermos essas escolhas, estamos a criar uma vida mais equilibrada e verdadeira, em que o foco não está no que se perde, mas no que se ganha: mais saúde, mais bem-estar e, acima de tudo, mais felicidade.
Por isso, a verdadeira questão não é escolher entre desfrutar da vida e cuidar da saúde. A questão é entender que, sem cuidar da saúde, não podemos realmente desfrutar da vida.