O stress e a ansiedade são universais. Todos nós já experienciámos esses estados em algum momento da vida. A questão não é se vamos sentir stress ou ansiedade (já se sabe que sim!), mas como lidamos com eles quando surgem.
A verdade é que, muitas vezes, procuramos soluções externas, como a ideia de ganhar o Euromilhões ou mudar de circunstâncias para aliviar esses sentimentos. Mas o que muitas vezes esquecemos é que a verdadeira transformação vem de dentro. O caminho para uma vida mais equilibrada e menos ansiosa começa com a responsabilidade pessoal.
O que é a responsabilidade pessoal na gestão do stress?
Assumir a responsabilidade pela nossa saúde mental significa entender que somos os maiores agentes da nossa própria mudança. Não podemos esperar que os outros ou as circunstâncias mudem para nos sentirmos melhor. O primeiro passo é entender que temos o poder de regular as nossas emoções e de tomar decisões que nos ajudem a lidar com o stress de forma mais eficaz.
Criar rotinas saudáveis e consistentes
Uma das formas mais poderosas de assumir o controlo do nosso stress é criar rotinas diárias que nutram o corpo e a mente. A implementação de práticas que acalmam o sistema nervoso – como meditação, respiração profunda, exercício físico e até mesmo pausas para descansar ao longo do dia – tem um impacto profundo na nossa saúde mental. Essas práticas, quando feitas de forma consistente, não só nos ajudam a relaxar, mas também a prevenir picos de stress.
A importância de reconhecer os nossos gatilhos emocionais
Cada pessoa tem os seus próprios gatilhos emocionais. Pode ser o trabalho, as relações familiares, ou até pequenas situações quotidianas que nos fazem reagir de forma desproporcional. Assumir a responsabilidade no combate ao stress também significa tomar consciência de quais são esses gatilhos e aprender a responder de maneira mais saudável. Este processo exige muito autoconhecimento, mas é fundamental para quebrar ciclos de ansiedade e stress.
A necessidade da prática do autocuidado
O autocuidado é frequentemente visto como algo excêntrico, mas é, na verdade, uma prática essencial para a nossa saúde mental. Estabelecer limites claros, aprender a dizer “não” quando necessário, dedicar tempo para relaxar e para as coisas que nos trazem prazer são elementos cruciais na gestão do stress. Não é egoísmo, é mesmo autopreservação.
O que fazer quando as soluções não estão no imediato
Não se trata de encontrar uma solução rápida ou mágica, mas sim de entender que o processo de gestão do stress é contínuo e exige disciplina. Muitas vezes, a ansiedade surge porque sentimos que não estamos no controlo da situação – e, na maior parte das situações, não estamos. A vida é, por mais que não queiramos, altamente aleatória. A chave é perceber que podemos tomar decisões diárias que nos ajudem a navegar essa aleatoriedade com mais serenidade.
Procurar apoio profissional: quando é tempo de pedir ajuda?
Eu acredito que todas as terapias têm o seu valor – não só as convencionais, que têm um imenso potencial para nos ajudar, mas também outras abordagens mais alternativas. Cada uma tem algo único a oferecer, e acho que não precisamos esperar estar no fundo do poço para procurar ajuda. O momento certo para pedir apoio pode ser agora, independentemente de onde estejas na tua jornada. No entanto, não devemos delegar todo o nosso bem-estar ao terapeuta. Cada um de nós precisa aprender estratégias e ferramentas complementares, que podemos aplicar no nosso dia a dia, fora dos consultórios. Acredito vivamente que é esse equilíbrio entre a ajuda profissional e a nossa própria prática diária, que nos vai permitir realmente viver em paz de espírito e presença.
Em suma, a boa notícia é que é possível regular o nosso sistema nervoso e viver com mais calma, mesmo em um mundo cheio de desafios. O caminho não é fácil, mas com responsabilidade pessoal, autoconhecimento e práticas diárias, podemos construir uma vida mais equilibrada. Não precisamos esperar que as circunstâncias mudem – podemos ser nós a mudar a forma como lidamos com elas.